Suning (苏宁) é uma das maiores empresas varejistas da China, sediada em Nanjing, possuindo um portfólio de mercadorias profuso, o qual abarca produtos como eletrodomésticos, eletroeletrônicos, livros, utensílios domésticos, cosméticos e produtos para bebês. Com suas mais de 10.000 lojas espalhadas pelo país, 69.398 funcionários e cobertura de 9,64 milhões de m² de instalações logísticas – o equivalente a mais de 50 Estádios Maracanã -, a gigante chinesa possui também forte presença on-line, e não cessa de crescer, mesmo sob sombrios tempos pandêmicos, período em que a empresa aprimorou significativamente sua logística de distribuição e tornou ainda mais imponente seu e-commerce.
Qualquer bem-sucedido e-commerce é, a priori, uma meticulosa e sofisticada empresa de logística. E Suning não é exceção. Sua robusta estrutura de distribuição e separação de pedidos permite processar mais de 1,8 milhão de itens diariamente. Para tal, a ambiciosa varejista conta com inteligentes armazéns quase que totalmente automatizados, que necessitam de pouca intervenção humana, possibilitando com que robôs separem os produtos por categoria e tamanho. Posteriormente, os pacotes são encaminhados para um centro de distribuição por meio de caminhões autônomos, controlados por inteligência artificial, que não requerem motoristas humanos. Por fim, os pedidos chegam às casas dos clientes por veículos autônomos ou drones, 12 horas após a realização do pedido pelo aplicativo.
Paralelamente, os varejistas brasileiros estão de olho nessa vanguarda logística e comercial chinesa, para aplicarem a mesma estratégia em solo tupiniquim. Desse modo, muitas empresas brasileiras, com o fito de se destacarem em meio à concorrência visceral do varejo brasileiro, estão aderindo à técnica chinesa same day delivery, isto é, entregas dentro de 24 horas úteis. Nesse sentido, Amazon, Mercado Livre e Shopee já anunciaram abundantes investimentos em grandes centros de distribuição em Barueri (São Paulo), um local estratégico e próximo ao grande centro consumidor do sudeste brasileiro, a fim de que os produtos cheguem ao consumidor da forma mais confortável e rápida possível. Americanas e Magalu seguem o mesmo exemplo. Startups que em pouco tempo se tornaram marcas bilionárias, como Zee.Dog (produtos pet), também apostaram veementemente numa logística de entrega eficiente, tecnológica, e rápida. O que nos resta, por hora, é saber qual empresa brasileira será a pioneira no investimento maciço em ferrovias, portos e veículos autônomos para entrega ágil de produtos. E também se o próprio governo possibilitará essa expansão. Basta inspirar-se, contudo, no caso da chinesa Suning e vislumbrar com clareza o caminho que deve ser seguido no âmbito logístico, modal e financeiro do comércio brasileiro.
Não obstante, podemos tirar da Suning também o insight da omnicanalidade, estratégia que visa construir lojas físicas (guide shops) as quais servem meramente como um showroom de produtos, que comunicam sua existência para os clientes na realidade. Assim, os clientes podem comprá-los em outro canal, que não a loja física, mas o site da própria Suning. Desse modo, os canais loja física e site próprio fundem-se em um único canal de vendas, com faturamento aglutinado e interligado. Exemplos brasileiros de guide shops que aplicam tal conceito com maestria são Polishop (multimarcas), Amaro (vestuário) e WestWing (casa e decoração). Todos esses exemplos devem ser estudados e analisados caso você seja um comerciante. E, mais do que eles, os exemplos pioneiros chineses do e commerce, como é o caso da Suning.
Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=8JZ4qxePuTo
AUTOR:
Lucas Louzada Roque – Empresário.
Fontes:
http://www.suningholdings.com/cms/en/index.htm#/about-us/founder
https://fortune.com/company/suning-commerce-group/global500/
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