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Quando a Gente Fala a Mesma Língua: Expressões Chinesas com Clima Brasileiro

A linguagem é uma das formas mais fascinantes de observar as culturas, pois ela reflete os valores, a história e até o humor de um povo. No caso do mandarim, uma língua rica e cheia de sutilezas, as expressões populares são uma verdadeira janela para a cultura chinesa. No Brasil, também temos uma vasta gama de expressões idiomáticas que usamos no dia a dia, muitas vezes sem nos darmos conta de suas origens. Então, por que não comparar algumas dessas expressões chinesas com as suas equivalentes brasileiras? É uma maneira divertida de aprender mais sobre as semelhanças e diferenças entre as duas culturas.

Aqui, vamos explorar algumas expressões populares chinesas, explicar seus significados e, em seguida, mostrar como elas se aproximam de expressões populares no Brasil.

1. 骑虎难下 (qí hǔ nán xià) – “Montar no tigre e não conseguir descer”

Essa expressão chinesa se refere a uma situação na qual alguém se envolveu e não consegue sair sem enfrentar consequências. A imagem de montar em um tigre simboliza a ideia de que, uma vez que você se encontra em uma posição perigosa ou complicada, é difícil recuar sem se machucar.

Equivalente brasileiro: “Agora, o jeito é segurar o touro pelos chifres.”

No Brasil, temos a expressão “segurar o touro pelos chifres”, que também remete à ideia de enfrentar uma situação difícil de frente. Assim como na expressão chinesa, há um elemento de perigo e a necessidade de enfrentar os desafios de cabeça erguida.

2. 井底之蛙 (jǐng dǐ zhī wā) – “O sapo no fundo do poço”

Essa expressão é usada para descrever alguém que tem uma visão limitada do mundo porque vive em um ambiente isolado ou restrito. A ideia é que o sapo, vivendo no fundo de um poço, acredita que o céu que ele vê é tudo o que existe, sem perceber a vastidão do mundo ao seu redor.

Equivalente brasileiro: “Pensar que o mundo gira em torno do próprio umbigo.”

No Brasil, a expressão “pensar que o mundo gira em torno do próprio umbigo” tem um significado semelhante. Refere-se a uma pessoa que tem uma visão limitada e acredita que suas próprias experiências ou conhecimentos são os únicos importantes.

3. 守株待兔 (shǒu zhū dài tù) – “Ficar junto à árvore esperando o coelho”

Essa é uma antiga fábula chinesa. Diz-se que um fazendeiro viu um coelho correr e bater em uma árvore, morrendo instantaneamente. Em vez de continuar trabalhando, ele começou a esperar ao lado da árvore todos os dias, na esperança de que outro coelho fizesse o mesmo. A expressão é usada para criticar aqueles que esperam resultados sem esforço, baseando-se apenas na sorte ou em um golpe de sorte anterior.

Equivalente brasileiro: “Esperar que o peixe pule na canoa.”

No Brasil, temos a expressão “esperar que o peixe pule na canoa”, que remete à mesma ideia de esperar que a sorte resolva tudo sem o esforço necessário. Ambas as expressões criticam a passividade e a falta de ação.

4. 狐假虎威 (hú jiǎ hǔ wēi) – “A raposa usa o poder do tigre”

Essa expressão se refere a alguém que se aproveita do poder ou da influência de outra pessoa para intimidar ou alcançar seus objetivos. Na fábula que deu origem à expressão, uma raposa convence outros animais de que é poderosa porque está andando ao lado de um tigre, usando a presença do tigre para impor respeito.

Equivalente brasileiro: “Cavalo de batalha dos outros.”

A expressão brasileira “cavalo de batalha dos outros” também fala sobre se aproveitar da força ou do poder alheio para benefício próprio. Em ambos os casos, há uma crítica a quem manipula a situação para parecer mais forte ou influente do que realmente é.

5. 打草惊蛇 (dǎ cǎo jīng shé) – “Bater na grama e assustar a cobra”

Essa expressão é usada quando alguém age de forma precipitada, alertando inadvertidamente um inimigo ou concorrente e, assim, perdendo a chance de capturá-lo. A ideia é que, ao bater na grama, você alerta a cobra que está escondida, dando-lhe a oportunidade de escapar.

Equivalente brasileiro: “Dar o alarme antes da hora.”

No Brasil, usamos “dar o alarme antes da hora” para descrever uma situação semelhante, quando alguém age de forma precipitada e acaba alertando outros, arruinando seus próprios planos.

6. 画蛇添足 (huà shé tiān zú) – “Desenhar pernas em uma cobra”

Essa expressão se refere a quando alguém faz algo desnecessário ou exagerado, estragando o que já estava bom. A fábula por trás da expressão conta a história de um homem que, após terminar de desenhar uma cobra, decidiu adicionar pernas a ela, arruinando completamente o desenho.

Equivalente brasileiro: “Colocar chifre em cabeça de cavalo.”

No Brasil, “colocar chifre em cabeça de cavalo” é uma expressão usada para descrever alguém que complica algo que já estava resolvido ou tenta fazer o impossível, assim como o ato de adicionar pernas a uma cobra.

7. 对牛弹琴 (duì niú tán qín) – “Tocar uma harpa para uma vaca”

Essa expressão descreve a ação de tentar explicar algo sofisticado ou complexo para alguém que não tem a capacidade ou o interesse em compreender. É semelhante à expressão ocidental “jogar pérolas aos porcos”.

Equivalente brasileiro: “Falar grego.”

No Brasil, usamos a expressão “falar grego” quando estamos falando sobre algo que o outro não entende, seja por falta de conhecimento ou de interesse. Ambas as expressões envolvem a frustração de não ser compreendido.

8. 杀鸡儆猴 (shā jī jǐng hóu) – “Matar o frango para assustar o macaco”

Essa expressão é usada para descrever a ação de punir alguém publicamente com o objetivo de alertar ou intimidar outras pessoas. A intenção é fazer um exemplo de uma pessoa para controlar o comportamento de um grupo maior.

Equivalente brasileiro: “Servir de bode expiatório.”

A expressão brasileira “bode expiatório” refere-se a alguém que é punido ou culpado injustamente para proteger ou intimidar outros. Embora o contexto seja ligeiramente diferente, a ideia de punir uma pessoa para influenciar outras é a mesma.

9. 吃一堑,长一智 (chī yī qiàn, zhǎng yī zhì) – “Comer um buraco, ganhar sabedoria”

Essa expressão chinesa fala sobre a ideia de aprender com os erros. A imagem é a de alguém caindo em uma armadilha ou buraco e, ao sair, ter aprendido a não cometer o mesmo erro novamente.

Equivalente brasileiro: “O que não mata, fortalece.”

No Brasil, temos a famosa expressão “o que não mata, fortalece”, que reflete a mesma ideia de ganhar sabedoria ou força ao passar por uma dificuldade. Ambas as expressões são sobre o aprendizado que vem com a experiência.

10. 猫哭老鼠 (māo kū lǎo shǔ) – “O gato chora pelo rato”

Essa expressão descreve uma situação onde alguém finge sentir pena ou remorso por algo que causou, de forma hipócrita. O gato, claro, não está verdadeiramente triste pela morte do rato.

Equivalente brasileiro: “Chorar lágrimas de crocodilo.”

No Brasil, a expressão “lágrimas de crocodilo” é usada para descrever alguém que finge estar triste ou arrependido, sem realmente estar. As duas expressões criticam a falsidade e a hipocrisia.

Aprender mandarim é uma aventura fascinante, e conhecer as expressões populares dessa língua pode nos ajudar a entender melhor a cultura chinesa. Ao mesmo tempo, ao comparar essas expressões com equivalentes brasileiros, percebemos que, apesar das distâncias geográficas e culturais, muitos dos sentimentos, situações e experiências humanas são universais. Expressar o cotidiano e as emoções através de provérbios e ditados é uma característica compartilhada por diferentes povos, e essa conexão entre Brasil e China é mais uma prova de como a linguagem pode aproximar culturas distintas.

Se você está aprendendo mandarim, explorar essas expressões populares é uma maneira divertida de expandir seu vocabulário e mergulhar na cultura chinesa. Além disso, usar essas comparações com expressões brasileiras pode tornar o aprendizado mais familiar e interessante.

25 de setembro de 2024

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